Rio Grande do Norte Imaginado

Corpos-territórios sempre existiram em Pindorama antes do embate colonial - que não se sucedeu sem resistência - ainda que falsas narrativas tenham imperado historicamente. Leda Maria Martins fala sobre tempos espiralares, não-lineares, ontem-amanhã-hoje, ruptura com a lógica ocidental, conceito sintetizado no ditado iorubá que diz que “Exu matou um pássaro ontem com a pedra que só atirou hoje”. O cinema, enquanto instrumento de luta e oráculo, tem sido utilizado por mãos diversas, compondo um repertório de fabulações, recriações, profecias e desmantelamentos de imagens cristalizadas. O futuro imaginado só pode ser aquele rezado junto, com velas, pó de pemba e ebós. Aqui, indico uma contraperspectiva sobre o Rio Grande do Norte, estado ainda iludido por fantasias coloniais e profundamente distante de interesses sudestinos. Em flash, apresento um compilado de imagens que incorporam subjetividades, questionam lógicas impostas em horror e denúncia ao etnocídio, epistemicídio e extermínio dos povos indígenas e negros. O futuro é ontem.